terça-feira, 26 de julho de 2011




Dejetos Amorosos

Eu em minha solidão e desprezo
Tento nesses dias angustiantes
Acalmar os demônios que saem
Quando me vejo ao espelho

Gritos vociferante em minha cabeça
Gritos de liberdade dessa confusão de insônias
Gritos de vaidade dessa inverdade de que o amor soma
Quando só um parte que ama a outra entra em chamas

As mais ardentes e descrentes aqui em clamor te chamam
Para acalmar esse mar de dejetos de humanos cuspidos
Defecados, vomitados e transformados em lama!
A imundice escarrada em cima de quem vos ama!

Minhas entranhas se consumindo degerindo-me pouco a pouco
Em tormento, as vermes começam a tomar conta desse corpo
Em trapos caindo no buraco
Só me resta aquele papo com a morte me levando em teus braços


Patric Adler

quinta-feira, 23 de junho de 2011



É o fim das gargalhadas

É o fim
É o fim das gargalhadas
É o fim das gargalhadas mentirosas
É o fim da noite no qual tentávamos morrer
É o fim da Ética e dos livros de auto-ajuda
É o fim do whisky que você queria beber;

É o fim,
É o fim da histeria, da psicose e das alucinações
É o fim do pânico, da pânica e da respiração ofegante
É o fim do amargo gosto em nossa garganta
É o fim do amargo gosto de se viver
É o fim da vergonha, do ego e do alter-ego
É o fim da mesquinharia e da necessidade de ter para ser

É o fim de tudo isso

É o fim da Quadra, da "pomba", da magra, da doida, da "massa", da "lata furada" e a poesia concreta, indiscreta ...
tal qual uma dama perversa, funesta ...

... brada trovões de insatisfação, então vivemos à margem da imagem, qual um "pombo" à "pombagem", qual um "verme" à "verminagem"

Patric Adler & Fabricio Britto

A Lata

Eu apaixonado pela aquela lata estúpida,
Hei de me jogar de pele e espírito, e com riso;
Amedronta-me naquelas noites alcólicas
Me dá outro beijo, a lata grita em meu ouvido!

Tu me tiras o sorriso, o sono e a inocência!
Após abraços e carícias, dor e depressão ...
Oh, lata sem graça, da desgraça e da demência
É o fim das gargalhadas, do show e da canção!

Essa lata, de graça, que nos mata, que nos leva
Às loucuras, não estrutura, nos muda, não nos cura
Agora tristes, nostálgicos, mortos, viramos merda!

Descarga nessas fezes, destas teses, esta puta!
O corpo ao gozo, a lata à alma. Obscura cela.
O pânico da fumaça, ó, moça, te deixa muda!

Fabricio Britto e Patric Adler




quarta-feira, 18 de maio de 2011

O Circo






O Circo

Olhe para o mundo você não vê?
Que mundo é esse?
O mundo bizarro!
O circo bizarro!

Palhaços tristes e entediados,
Equilibristas Tetraplégicos
Equilibrando lápis e caneta
Em teus dentes que rugem com a dor,

Com a dor de não poder se equilibrar
Leões soltos a comer carne humana em decomposição,
A família mais magra do mundo!
E agora a atração principal!!!

A fome vem comendo todos!
A violência vem quebrando tudo!
A corrupção tá ganhado todas!
A mentira vem conquistando a todos!

E o maestro diz:
O show tem que continuar!!!
Ninguém se importa mais
Tapas os olhos e as lagrimas a cair,

E a felicidade aqui não há mais de passar?
Só a angústia e dor é que se pode esperar!
E o maestro diz:
O show tem que continuar!

Patric Adler